Nosso objetivo fundamental é reproduzir princípios solidários em todo o país, através da organização de comitês de base.

CISOs Comitês Islâmicos de Solidariedade - CIS - são fruto de uma articulação de muçulmanas e muçulmanos do Brasil. Empenhados na defesa e construção da Ummah, Nação Islâmica, atuam principalmente na solidariedade aos mais pobres e na defesa dos direitos do povo, da liberdade de culto e do Estado Democrático de Direito.

Tem por objetivo fundamental reproduzir estes princípios solidários em todo o país, através da organização de comitês de base por local de moradia, trabalho e estudo ou por afinidades.

CONCEPÇÃO

Acreditamos que o Brasil tem três momentos distintos e importantes da presença Islâmica: primeiro, com a chegada dos irmãos e irmãs escravizados em África, que tem como marca histórica o Levante dos Malês, em 1835, na cidade de Salvador. O segundo é representado pela chegada de imigrantes muçulmanos, em especial do Líbano, Síria e Palestina, responsáveis pela criação de mesquitas, centros islâmicos e associações beneficentes muçulmanas. Finalmente, cremos que há alguns anos iniciamos um novo processo, que tem como protagonistas os imigrantes africanos e os convertidos ao Islam (ou revertidos, como boa parte da comunidade prefere se referir).

Longe de ser um processo de conversão em massa, podemos afirmar que há um considerável aumento de novos muçulmanos no país. São brasileiras e brasileiros que nasceram em outras religiões, ou que não praticavam religião alguma, e que se encontraram no Islam.

Há um diferencial deste novo grupo em relação aos que nasceram em famílias muçulmanas, em especial pela facilidade em compreender os desafios apresentados pelo Brasil, sejam eles culturais, econômicos, políticos ou religiosos.

Os CIS pretendem contribuir na organização deste novo ciclo, articulando brasileiras, brasileiros, africanas e africanos, sem propor rupturas com as comunidades já organizadas, afim de construir um novo momento para o Islam em nosso país.

BREVE HISTÓRICO

Em 2016, diante do iminente golpe de Estado articulado por um sistema que tem tentáculos nas instituições oficiais, nos órgãos de imprensa, corporações empresariais multinacionais e com evidente influência estrangeira, inclusive governamental, muçulmanas e muçulmanos do Brasil decidiram promover um manifesto à Nação (clique aqui para conhecê-lo) para denunciar o processo em curso, alertar para os riscos que seriam promovidos por ele e convocar a comunidade a combatê-lo.

Lamentavelmente, as previsões deste Manifesto se concretizaram e seus resultados nefastos são perceptíveis, em especial na destruição do parque industrial nacional, notadamente da construção civil, na desregulamentação do trabalho, no retrocesso de políticas públicas arduamente conquistadas pelo povo e, mais recentemente, na condução genocida da pandemia de coronavírus.

Ainda em 2017, estes mesmos signatários do Manifesto concluíram que seria necessário avançar na organização, não bastando apenas os documentos e notas produzidos, e criaram o Coletivo de Muçulmanas e Muçulmanos Contra o Golpe. Enquanto Coletivo, nos empenhamos nos debates e ações políticas nas ruas, nas redes e nas mesquitas. Denunciamos o governo Temer, as propostas de reformas na Previdência e nas relações do trabalho e a ascensão de um pensamento ultraconservador, baseado no moralismo, na intolerância e no ódio, que culminou com a eleição de Jair Bolsonaro à presidência da República.

Já em 2019, diante da implantação de um governo com claro viés anti-islâmico e com evidente caracterização ideológica próxima ao fascismo, membros do Coletivo e do grupo Resistência Islâmica decidiram unir-se e fundaram, no dia 1º de Maio daquele ano, os CIS – Comitês Islâmicos de Solidariedade. Você pode ler o nosso Manifesto de Fundação clicando aqui.